Escândalo da Odebrecht pode
'mudar rumo' de Temer e do PMDB
Delação afirmou
que Temer teria recebido R$ 10 mi da construção
As
delações da construtora Odebrecht, que começaram nos últimos dias, podem ter um
impacto decisivo para o futurodo PMDB e contribuir para uma "mudança de rumo" do
governo do presidente Michel Temer.
Na
última sexta-feira, dia 9, a publicação "Buzzfeed" divulgou que o
político aparece como beneficiário de caixa dois em um valor de R$ 10 milhões, que teriam sido
utilizados em financiamento de várias campanhas eleitorais municipais do PMDB,
como a de Paulo Skaf, em São Paulo, enquanto o político ainda era
vice-presidente do país.
Em
sua delação, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht
Cláudio Melo Filho, que fez as acusações contra o mandatário e contra vários
outros políticos, afirmou que o dinheiro teria sido entregue no escritório de
advocacia de um dos amigos e conselheiros de Temer, José Yunes,
que ao saber das acusações afirmou estar "indignado" com elas, além
de ter negado qualquer irregularidade.
O
repasse da quantia, de acordo com Melo Filho, teria sido acertado em maio de
2014 durante um jantar no Palácio do Jaburu, no qual estava
presente o herdeiro da construtora, Marcelo Odebrecht. No encontro, Temer teria
solicitado de maneira "direta e pessoalmente para Marcelo" os
recursos para as campanhas de seu partido.
Ainda
na sexta-feira, o Planalto divulgou um pequeno comunicado no qual afirmava que
Temer "repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo
Filho", já que "as doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB
foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE", sendo assim,
"não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente".
A
delação ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas a
citação de Temer 43 vezes na delação de Melo Filho e de vários outros políticos
do PMDB, entre eles, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que teria
orientado a distribuição de parte dos R$ 10 milhões e que teria pedido para que
a quantia fosse entregue no escritório de Yunes, prejudicaram a imagem do
presidente e do partido.
A
situação ainda é mais grave já que esta é apenas a primeira delação de 77. O
PMDB aliás, atravessa um período difícil no governo, com o
"salvamento" do último instante do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB), que se tornou uma ajuda indispensável para Temer com o passar
dos meses, e com o trâmite na Câmara dos Deputados de medidas econômicas polêmicas
como a Reforma da Previdência e da PEC do Teto.
Além
disso, segundo pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Datafolha, o
presidente tem a maior rejeição se for candidato às eleições de 2018, que subiu
de 29% em julho para 45% agora. O governo de Temer também tem uma aprovação de
apenas 10% e uma taxa de reprovação de 51%.
COLUNISTA RENATA SOUZA
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