O Direito Previdenciário está previsto no capítulo
II (Direitos Sociais) da Constituição Federal, a qual dispõe no art. 194 que a
gestão administrativa da seguridade social é quadripartite, ou seja, há a
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo
nos órgãos colegiados.
A Constituição estabelece que a Seguridade Social
seja organizada pelo Poder Público, com base nos seguintes objetivos:
- universalidade da cobertura e do atendimento;
- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
- seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
- irredutibilidade do valor dos benefícios;
- equidade na forma de participação no custeio;
- diversidade da base de financiamento;
- caráter democrático e descentralizado da administração.
Fazem parte da organização da Seguridade Social os
Conselhos da Previdência Social - CPS, os quais são compostos por 10 (dez)
conselheiros e respectivos suplentes, designados pelo titular da Gerência
Executiva do INSS, distribuídos da seguinte forma:
- representantes do Governo Federal: serão 4 (quatro) representantes;
- representantes da sociedade: serão 6 (seis) representantes;
Do total dos representantes da sociedade, 2 (dois)
serão representantes dos empregados, 2 (dois) representantes dos empregadores e
2 (dois) serão representantes dos aposentados e pensionistas.
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
A Seguridade Social será financiada por toda
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição
Federal e da Lei 8.212/91, mediante recursos provenientes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais.
No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social
é composto das seguintes receitas:
I - receitas da União;
II - receitas das contribuições sociais;
III - receitas de outras fontes.
Constituem contribuições sociais:
a) As das empresas, incidentes sobre a remuneração
paga ou creditada aos segurados a seu serviço;
b) As dos empregadores domésticos;
c) As dos trabalhadores, incidentes sobre o seu
salário-de-contribuição;
d) As das empresas, incidentes sobre faturamento e
lucro;
e) As incidentes sobre a receita de concursos de
prognósticos.
Observamos hoje que há muitas pessoas que vivem na
informalidade, seja pelo alto custo do cumprimento das leis, seja por
empreendimentos ligados ao contrabando ou à falsificação.
A informalidade é um problema para o país, já que
quem trabalha sem registro, vive sem qualquer rede de proteção no caso de um
afastamento por doença ou acidente, pois além de não contribuir com impostos
necessários à manutenção da Seguridade Social, também não se preocupam em pagar
uma previdência privada.
Embora estas pessoas não contribuam, podem usufruir
da assistência médica (SUS). Estas despesas tendem a ser cada vez maiores e
custeadas por um número cada vez menor de contribuintes.
A perda de arrecadação tributária e previdenciária
é apenas uma das consequências fiscais danosas da informalidade. Diante da
evasão, o Estado tem de buscar reforço de caixa, o que contribui ainda mais
para o aumento da carga tributária, o que já é insustentável para os
contribuintes atualmente.
DAS GARANTIAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Previdência Social, organizada sob forma de
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, tem por
finalidade a preservação do equilíbrio financeiro através dos seguintes
atendimentos:
- cobertura dos eventos de auxílio-doença, auxílio-doença acidentário, aposentadoria por invalidez, por tempo de contribuição, por idade, morte.
- cobertura e proteção à licença-maternidade;
- cobertura e proteção ao trabalhador dispensado sem justa causa;
- pagamento do salário-família e auxílio-reclusão.
- cobertura ao cônjuge e dependentes através da pensão por morte do segurado.
A QUEM SE DESTINAM ESTAS GARANTIAS - BENEFICIÁRIOS
Toda pessoa física que recebe ou que possa vir a
receber alguma prestação previdenciária é considerada beneficiária do Regime
Geral da Previdência Social (RGPS).
Às pessoas jurídicas cabe somente a obrigação em
contribuir, pois conforme dispõe a lei, a ela cabe somente a contribuição à
seguridade social.
Os beneficiários, portanto, podem ser o segurado
principal e o dependente:
Segurado: toda pessoa
física filiada ao RGPS decorrente do exercício de atividade laboral remunerada
ou não, sendo classificado, dependendo da forma de filiação, de segurado
obrigatório ou facultativo.
Segurado
Obrigatório: São considerados segurados obrigatórios o empregado, empregado
doméstico, o contribuinte individual, o trabalhador avulso e o trabalhador
especial.
Segurado Facultativo: São considerados segurados
facultativos as pessoas físicas que não possuem remuneração que filiar-se ao
RGPS como, por exemplo, o maior de dezesseis anos de idade, a dona-de-casa, o
síndico de condomínio quando não remunerado, o estudante, o brasileiro que
acompanha cônjuge que presta serviço no exterior, aquele que deixou de ser segurado
obrigatório da previdência social, o bolsista e o estagiário entre outros.
Dependente: toda pessoa
física filiada ao RGPS em razão do seu vínculo com o segurado principal, ou
seja, a condição de segurado do dependente só se concretiza em virtude do seu
vínculo com o segurado principal. O dependente automaticamente deixará de ser
filiado, quando, por qualquer motivo, o segurado principal perder sua qualidade
de segurado ou sua filiação ao RGPS. Podemos classificar o segurado dependente
em 3 (três) graus distintos:
- 1º Grau: no chamado 1º grau estão o cônjuge, companheiro(a) e filho(a) não emancipado de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos de idade ou inválido;
- 2º Grau: no 2º grau estão os pais;
- 3º Grau: no 3º grau estão os irmãos não emancipados, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos, ou inválido.
0 comentários:
Postar um comentário