
Mas culturas não
cristãs, como islamismo, judaísmo, budismo, hinduísmo,taoísmo e xintoísmo
simplesmente não comemoram o Natal. Quem não comemora o Natal?)
Em outras crenças, como no judaísmo, em vez de Natal é
dia de Chanucá ou Hanukkah, a Festa das Luzes. São oito dias de celebração. A
cada noite é acesa uma das nove velas de um candelabro especial. Entre as
famílias, o costume é brincar com um peão que tem gravadas letras hebraicas. A
família se diverte brincando de adivinhar qual é a letra que fica pra cima
quando ele para.
Quando vai chegando o mês de
dezembro, as casas se enchem de luzes e enfeites. Em muitas famílias -
dependendo dos costumes e da religião - é época de enfeitar a árvore de natal,
colocar uma guirlanda na porta, montar um presépio. Mas você sabe quando e como
isso começou? Quais são os símbolos que existem por trás dessas tradições? Veja
aqui algumas delas:
Árvore de Natal – Há algumas versões desencontradas de onde surgiram as árvores de
Natal, mas a versão mais confiável é de que a primeira árvore de Natal surgiu
em 1510 na cidade de Riga (hoje território da Letônia) e se espalhou pela
Europa nos séculos seguintes. No Brasil, a tradição de usar pinheiros para
celebrar o Natal se fortaleceu no início do século 20. A árvore foi escolhida,
desde os tempos remotos, por representar a esperança, principalmente porque no
hemisfério norte, essa época é marcada pelo frio, pela neve e pela escuridão.
Mesmo assim, os pinheiros permanecem vivos e verdes. Para os cristãos, além de
ser um sinal de vida e nascimento, a árvore recebe luzes e enfeites
simbolizando a luz que Cristo trouxe ao mundo e os presentes que os Reis Magos
levaram a Jesus, segundo a descrição bíblica.
Presentes – Há duas versões para o início da tradição de trocas de presentes
no Natal. Uma, de vertente religiosa, diz que a entrega de presentes por parte
dos reis magos influenciou na tradição. Porém, há uma versão pagã de que o
hábito de trocar presentes no Natal venha do período de uma festa chamada
Saturnália.
Escritório do Papai Noel
(Ândrey/CC)
Papai
Noel – A origem do bom
velhinho está ligada a São Nicolau de Mira, que viveu na Turquia entre os
séculos 3 e 4 e ficou famoso por sua generosidade com os mais pobres. Segundo
os relatos da época, ele era muito generoso e costumava dar presentes às crianças
e ajudar principalmente as meninas órfãs e pobres com seus dotes, impedindo,
assim, que caíssem em prostituição por não conseguirem se casar. Já a maneira
como o Papai Noel é representado hoje - um velhinho simpático que veste roupa
de inverno vermelha e botas pretas - data do século 19. Mais detalhes
podem ser vistos nesse outro texto do Portal EBC.
Ceia de Natal (Foto: Andrea
Goh/Creative Commons)
Ceia de
Natal – era costume na região da
Roma Antiga de povos de várias culturas pagãs celebrar, nesta época do ano, uma
festa com banquetes e muita fartura. A festa, chamada de Natalis Solis Invicti,
que, em latim quer dizer “nascimento do sol invencível”, era comemorada com
muitas luzes e alegria para significar que aqueles tempos de frio e escuridão iriam
acabar e, em breve, o sol, o calor e a fartura da colheita chegariam. O costume
se manteve e se popularizou pelo mundo todo nas festas de fim de ano e,
posteriormente, com o natal como conhecemos. Saiba mais
sobre as comidas do natal aqui.
Cartões
de Natal – já eram enviados desde a
época dessas celebrações do Natalis Solis Invicti, segundo o professor Agnaldo
Cuoco, doutor em Filosofia da Religião pela Universidade de Brasília, no
sentido desejando felicidade, sorte, saúde e fartura nas colheitas.
Missa do
Galo – Para os católicos, um dos
ritos mais tradicionais é a Missa do Galo. A celebração foi instituída no ano
de 143 e era celebrada à meia-noite de Natal. A missa só terminava no horário
em que “o galo cantava” e daí surgiu o nome. Atualmente, a missa não é
celebrada a meia-noite em alguns lugares em cidades brasileiras. Vale lembrar
que outras religiões cristãs celebram o Natal, mas não realizam a Missa do
Galo.
Presépio (Damiano Zoffoli /
Creative Commons)
Presépio – De acordo com relatos históricos, o hábito começou com São Francisco
de Assis. Tommaso da Celano (biógrafo de São Francisco de Assis) afirma que em
1222 Francisco realizou um teatro do nascimento de Cristo com base em relatos
bíblicos, com o objetivo de catequizar de uma forma mais didática, e ensinar
para o povo como foi o nascimento de Jesus. A tradição pegou, mas vale lembrar
que apenas a Igreja Católica realiza esse tipo de simulação. Igrejas
protestantes não fazem, via de regra, Presépio de Natal.
Guirlanda – Não há relatos precisos quanto à criação da guirlanda. Para os
católicos, segundo o professor de História da Igreja do Instituto de Teologia
Bento XVI Felipe Aquino, os galhos verdes dispostos em círculo simbolizam a
eternidade, porque não tem começo nem fim e o laço vermelho é amor de Deus.
Coroa do
Advento – Esse é um costume presente
principalmente na igreja católica. Advento significa “que há de vir”, logo, a
coroa é uma espécie de contagem regressiva para o natal. Ela é composta por um
círculo de galhos verdes semelhante a uma guirlanda e que traz no centro quatro
velas coloridas. Ao longo das quatro semanas que antecedem o natal é acesa uma
vela. Cada cor tem um significado próprio: a vermelha é o amor de Deus e o
sangue de Jesus, a roxa simboliza um tempo de penitência e conversão, a cor de
rosa é o sinal de alegria e a verde, de esperança.
COLUNISTA
RENATA SOUZA