
A questão agora é saber
qual será o tamanho da crise econômica de 2016 e de que forma ela irá impactar os diversos setores da economia e também as finanças das pessoas.
Os motivos para a crise econômica de 2016
Tirando
o governo atual, qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento de economia e
finanças, vê tranquilamente os sinais
de deterioração do quadro econômico por
todos os lados. Não precisa nem ler revistas e relatórios de consultorias
especializadas, basta fazer suas compras mensais em qualquer supermercado,
concorda?
O motivo para a atual
crise no Brasil, atualmente foge da questão econômica e passa pela questão de
credibilidade. O Governo brasileiro parece sofrer de uma patologia qualquer que não
o deixa falar a verdade.
O principal fator que
alimenta a crise econômica de 2016 é a completa falta de credibilidade do
governo e sua equipe econômica. Por que as medidas de ajuste fiscal não
passaram? Simples, ninguém vai colocar dinheiro na mão de um governo que não
sabe como aplicá-lo em prol do desenvolvimento da nação.
A inflação continuará em alta em 2016
A inflação continuará
de vento em popa em 2016. É certo que o ritmo será bem menor do que foi em
2015, alavancada pelo aumento de preços controlados, como o da energia e
gasolina. Esses dois itens, usados como peças do estelionato eleitoral na
campanha presidencial, agora estão relativamente alinhados e por isso mesmo,
não teremos grandes sustos nesse front.
É claro que a inflação
não ficará nos níveis projetados pelo governo, números que ninguém mais
acredita, mas certamente não deverá atingir o nível estratosférico deste ano.
Mesmo assim existem outros fatores a serem ponderados. A alta do dólar,
prevista para 2016 exercerá uma forte pressão inflacionária, principalmente
sobre os preços dos alimentos, alguns deles tão básicos como farinha de trigo e
outros que impactam de forma mais arrasadora sobre as famílias de baixa renda.
Dólar deverá continuar em alta
Um dos motivos da crise econômica
de 2016 o dólar continuará sua trajetória de alta,
chegando facilmente a R$ 4,50 até o final do ano, isso se não houver uma
deterioração ainda maior do quadro político institucional que injete uma dose a
mais de incertezas, situação onde em termos de cotação, o céu será o limite.
A crise econômica de
2016 tem como característica principal a perda de credibilidade, não só no
governo, como também de sua política econômica. O reflexo disso será a perda do
grau de investimento do Brasil, o que fará com que a moeda americana suba ainda
mais.
Outro fator que deverá
influenciar a alta do dólar será a decisão do Banco Central Americano de
elevação das taxas de juros nos Estados Unidos. Isso fará com que investidores
ao redor do mundo corram para a segurança dos títulos públicos americanos e
injetará mais um pouco de pressão nas cotações aqui no Brasil. Essa alta do
dólar será benéfica para quem exporta, pois conseguirá mais Reais por Dólar
exportado, mas em termos de inflação será mais um desastre que acertará em
cheio as já combalidas finanças dos brasileiros, dando origem a distúrbios de
rua e convulsão social.
A possibilidade da convulsão social
Outro ingrediente da
crise econômica de 2016 será a possibilidade de convulsão social. O Seguro
Desemprego criou uma espécie de colchão para as pessoas que estão sendo
demitidas e por isso, os reflexos nefastos do desemprego ainda não foram
sentidos em sua plenitude.
Passado o Carnaval, e
com o fim deste colchão fará com que as pessoas caiam em si e aí sim o
desespero se fará presente. Sem a possibilidade de conseguir uma nova colocação
no mercado de trabalho em função da total inexistência de vagas, o desespero se
abaterá sobre as famílias.
O resultado disso serão
manifestações cada vez mais numerosas e violentas como as que houveram no Rio
de Janeiro e outras capitais durante a crise na década de 80. Os atos de
vandalismo, embora reprováveis, serão inevitáveis diante do desespero das
pessoas desempregadas e sem dinheiro para comprar até alimentos.
Restrição de crédito
As empresas sofrerão
bastante com os efeitos da crise econômica de 2016, principalmente aquelas que dependem de crédito
abundante para manutenção dos seus negócios.
Por uma questão de
coerência econômica, diretriz que rege as decisões do mercado financeiro, ao
contrário do que acontece na equipe econômica atual, os bancos deverão reduzir
suas linhas de crédito, tanto a pessoas físicas quanto jurídicas.
Com a instabilidade na
economia e no cenário político, o risco de inadimplência cresce e isso faz com
que imediatamente os bancos aumentem a rigidez das suas condições para
concessão de crédito. O resultado será um cenário ainda mais difícil para se
obter financiamento nas instituições privadas, já que para elas, é mais seguro
aplicar o caixa em títulos federais, que pagam uma das taxas de juros mais
altas do planeta, e pelo menos teoricamente, é um investimento mais seguro. Como
os bancos públicos estarão na mesma situação, e até mesmo, por imposições
regulatórias, também não terão como evitar a redução de crédito. Neste cenário,
a obtenção de empréstimos se transformará em um desafio a mais para as empresas
neste momento de crise.
Como o empreendedor deve se preparar
Para os empreendedores,
a melhor recomendação é que se preparem para tempos ainda mais difíceis. Não
estou falando de desespero e desânimo, pois ao contrário do que muita gente
imagina, momentos de crise podem ser épocas de grandes oportunidades de
negócios. As crises sempre foram um campo fértil para boas oportunidades de
negócios.
Talvez seja o momento
de retardar alguns investimentos, adiar decisões estratégicas que envolvam expansão
de negócios onerosos e esperar para que se tenha uma
visão melhor do que está para vir por aí. É certo que o Brasil não vai parar,
mas certamente observaremos uma redução do nível de atividade econômica maior
ainda do que a que já estamos sentindo nos últimos meses. Como vimos, não há
como evitar a crise econômica de 2016, mas prudência e “muita calma nessa hora”
certamente irão ajudar você a sair vivo de toda essa turbulência que certamente
virá por aí, principalmente no primeiro semestre.
0 comentários:
Postar um comentário