Caçula de oito filhos de uma
família de imigrantes libaneses, Michel Miguel Elias Temer Lulia, 75 anos,
chega ao comando do Palácio do Planalto no clímax de uma carreira política de
35 anos pavimentada na máquina partidária peemedebista.
Substituto de Dilma Rousseff durante o período de afastamento da presidente, ele é reconhecido,
por aliados e adversários, como um articulador político de bastidores que
domina as engrenagens do Congresso Nacional e da federação de interesses
regionais do PMDB.
Presidente nacional do
partido há 15 anos, o jurista Michel Temer se elegeu vice-presidente da República, pela primeira vez, em
2010, ao lado de Dilma. À época, além de comandar o PMDB, ele presidia a Câmara
dos Deputados, pela terceira vez em 13 anos.
Respaldado pelo poder que
acumulava no Legislativo e na cúpula partidária, Temer impôs ao PT o próprio
nome para a vaga de vice como condição para o PMDB apoiar a candidatura da
afilhada política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Inicialmente, Lula resistiu e
tentou obter uma lista tríplice de peemedebistas para escolher quem entraria na
corrida eleitoral ao lado da candidata. Temer negou.
Embora exibisse significativa
força política como presidente do maior partido do país e da Câmara dos
Deputados, Michel Temer vinha de uma eleição apertada para o parlamento.
Em 2006, ao se reeleger para
o quarto mandato consecutivo de deputado federal por São Paulo, não conseguiu
contar apenas com os próprios votos para se manter no Legislativo.
Na ocasião, obteve 99.046 votos,
menos da metade dos 252.229 votos que somou na eleição de 2002. Mas mesmo com a
significativa queda de rendimento nas urnas, o peemedebista conseguiu se
reeleger "puxado" pelo conjunto dos votos dos demais integrantes da
coligação do PMDB.
Apesar do receio que tinha em
relação ao perfil de Temer, Lula não podia abrir mão do tempo de rádio e TV dos
peemedebistas na eleição em que tentaria fazer a ex-ministra da Casa Civil sua
sucessora no Palácio do Planalto. Além disso, ele sabia que Dilma precisaria do
apoio do PMDB no Congresso Nacional para garantir a governabilidade.
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