Existem muitos fatores que motivaram sua decisão de
percorrer as trilhas da adoção, mas tenha a certeza de que ao final do percurso
todas as pedras que estavam no caminho não estavam lá em por acaso. Início
Antes de iniciar qualquer tipo de jornada temos que
nos preparar e com a adoção não poderia ser diferente.
Existem muitos fatores que motivaram sua decisão de
percorrer as trilhas da adoção, mas tenha a certeza de que ao final do percurso
todas as pedras que estavam no caminho não estavam lá em por acaso.
Caso um dos fatores sejam questões de infertilidade
que podem ocorrer por inúmeros motivos, permita-se ficar de luto, chore se
necessário, procure ajuda da família, amigos e especialistas mas lembre-se de
que a barriga crescerá por 9 meses e o filho é para a vida inteira.
Antes de dar o primeiro passo é de extrema
importância de que sua decisão esteja muito bem amadurecida e que tenha
consciência de que o caminho a percorrer é longo, mas no final o resultado será
maravilhoso e tudo terá valido a pena.
Quem pode adotar?
Homens e mulheres, não importa o seu estado civil,
desde que sejam maiores de 18 anos de idade e sejam 16 anos mais velhos do que
o adotado.
O começo da jornada
Entre em contato com a Vara da Infância e Juventude
mais próxima de sua residência e solicite a lista de documentos necessários
para iniciar seu processo de adoção.
Este também é o momento de esclarecer todas suas
dúvidas com relação ao processo burocrático. Entre em contato com a Vara da
Infância sempre que sentir necessidade, seja por telefone ou pessoalmente.
DICA: em algumas
cidades é obrigatório a participação em cursos preparatórios para adoção, sendo
assim, pergunte sobre esta questão.
As avaliações
Não se preocupe, as avaliações com o setor técnico
fazem parte do processo e geralmente são divididas em avaliações psicossociais
(Assistente Social) e
psicoemocional (Psicólogo).
Estas avaliações ocorrem em entrevistas previamente
agendadas pelo setor técnico com o objetivo de conhecer melhor os pretendentes.
Fila de Adoção
A partir do laudo da equipe técnica da Vara da
Infância e do parecer emitido pelo Ministério Público, o juiz dará sua
sentença. Com seu pedido acolhido, seu nome será inserido no cadastro.
Você será adicionado automaticamente na fila de
adoção e agora aguardará até aparecer uma criança com o perfil definido
Obs.: Caso seu
nome não seja aprovado, procure saber os motivos que levaram a recusa da
solicitação para que você possa se adequar e começar o processo novamente.
A tão esperada ligação
Este momento é um dos mais esperados por todos e
acreditamos que seja um dos mais emocionantes também. Nesta ligação a Vara da
Infância vai informar que existe uma criança no perfil desejado e se você tem o
interesse em conhecê-la pessoalmente.
Também dizem outras coisas, mas depois da frase
anterior não dá para pensar em mais nada.
Chegando na Vara da Infância, tanto a criança como
a história dela serão apresentadas apenas no papel (foto e histórico de vida). Caso ainda tenha o interesse, será
necessário aguardar um documento liberando sua visitação no abrigo (casa de acolhimento).
Obs.: Este
documento não é preparado no mesmo dia.
Visitas
Enfim chegou o dia de conhecer seu filho (a)
pessoalmente. As emoções são indescritíveis e com certeza ficarão guardadas em
um cantinho muito especial de suas lembranças.
O período de visitas serve também como período de
adaptação e se tudo correr bem você receberá a guarda provisória.
Obs.: Não existe
um determinado número de dias para este período que podem levar dias, semanas e
até meses.
Família
Mesmo com a guarda provisória vocês já são uma
família e seu filho (a) tem todos os direitos legais que um filho pode ter (ex.: plano de saúde).
Os acompanhamentos periódicos por parte de equipe
técnica ainda vão ocorrer até o momento em que será apresentado ao juiz uma
avaliação conclusiva.
A nova certidão de nascimento vai depender da
sentença favorável do juiz e só após este processo o novo registro de
nascimento será emitido.
Obs.: Tanto o
sobrenome, quanto o primeiro nome pode ser alterado.
O
projeto Adoção Tardia produziu uma série de vídeos para
sensibilizar pretendentes à adoção sobre os benefícios afetivos da filiação
adotiva, especialmente de crianças com mais de dois anos de idade.
Neste
episódio a história da formação de uma grande família. Jaime e Fabiana fazem
parte do Grupo de Apoio à Adoção DNA da Alma que atua na cidade de
Farroupilha/RS. São pais de quatro irmãos por adoção e nos contam como tomaram
essa decisão.
O QUE DEFINE
UM PAI NÃO É O DNA. O QUE DEFINE UM PAI É O AMOR.
Em
2013, após 18 meses de espera no cadastro de adoção, fomos chamados para
conhecer 2 irmãos : Um menino de 1 ano e uma menina de 2 anos e meio. Eles
estavam em um abrigo distante 300 km de nossa cidade.
Desde
o primeiro contato nos foi avisado que se tratavam de 2 crianças HIV(+). Apesar
de constar em nosso perfil que aceitávamos crianças nesta condição, eu nunca
havia pensado neste assunto até o dia da ligação.
Quinze
dias depois do primeiro contato, o juiz nos deu a guarda e trouxemos nossos
filhos para casa. O quadro das crianças era o seguinte : A minha filha morou
por mais de um ano com a mãe biológica, neste período ela foi amamentada e não
teve nenhum acompanhamento médico, ficou muito doente e não se desenvolvia, a
justiça agiu e a mandou para o abrigo, onde ela iniciou o tratamento. O menino,
assim que nasceu tomou o coquetel especifico para recém nascidos por quarenta
dias, não foi amamentado, recebeu alta e foi encaminhado para o mesmo abrigo
que a irmã já estava.
Quando
os adotamos, iniciamos o acompanhamento médico no Posto de referência de nossa
cidade. O meu filho não tomava remédio nenhum, ele precisava apenas acompanhar
a carga viral que, se tudo corresse bem, iria reduzir sozinha até zerar e ele
receber alta, o que de fato ocorreu quando ele já estava com 1 ano e sete
meses, hoje ele apenas é acompanhado por um pediatra, como qualquer outra
criança. A minha filha já tomava o coquetel, não havia mais chance de negativar
o vírus.
Não
posso dizer que é fácil! Mas também não é tão difícil quanto imaginam! Vamos ao
médico quase todos os meses, ou para consultar com o infectologista, ou para
coletar sangue para os exames de controle. Somos rigorosos em relação às
consultas e as doses dos remédios (3 pela manhã e 3 antes de dormir), com
isto ela consegue levar uma vida totalmente normal. Minha filha está com 5 anos
e é uma criança muito inteligente, brincalhona, amorosa… não há nada nela que
indique que ela tenha qualquer doença. A carga viral dela está indetectável, o
que significa que os remédios estão funcionando muito bem.